sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A procura de um emprego

O relógio desperta e prontamente o individuo levanta-se e prepara seu espirito para mais uma cansativa jornada.
Roupa lipa, cabelo arrumado, unhas aparadas, afinal, a aparência é de vital importância. Toma um café reforçado pois a caminhada é longa, escova os dentes, olha o relógio: está atrasado!. Corre para não perder o ônibus. Volta, porque esqueceu a preciosa pasta, pega a pasta e corre acenando para o motorista esperar...
Já posicionado no coletivo lotado - o tempo e a experiência adquirida pela rotina o tornou muito eficiente em equilibrar-se entre trinta estranhos, segurando com uma mão a pasta de currículos e a outra atravessando obstáculos humanos e apoiando sobre o encosto do banco - agora, quase confortável, começa a desenhar na sua mente a rota a ser trilhada.
Percorrendo as ruas observa que como ele outras pessoas, algumas já conhecidas, enfrentam os mesmos dilemas.
Entra nas primeiras agências, entrega os primeiros currículos com a certeza de que, em algumas, o descaso da recepcionista é a prévia do triste fim do seu histórico profissional tão bem formatado.
Em outras agências lhe questionam sobre seus hábitos, sua altura, seu peso, fato que o deixa confuso quanto a origem do serviço oferecido... "Mas, que seja!" Com a economia  atual, não se pode escolher muito...
Quase a hora do almoço, o organismo começa a dar os sinais de que uma parada se faz necessária. A procura por agências é substituída pela busca de um lugar onde se consiga comprar um salgado e um suco com as moedas que sobraram do vale transporte.
Depois de alimentado a procura continua...


Viviane das Graças Vieira

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